sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

O ERP está morto


por Marcelo Lombardo
erp  O ERP está morto | Big Brother Fiscal
Então imagine o impacto de se colocar uma pessoa como essa, nascida e criada na web, para usar um sistema concebido há mais de 20 anos que é engessado, burocrático, complicado e principalmente… feio de dar dó!
Certa vez eu assisti a um documentário sobre dinossauros, onde disseram uma coisa muito curiosa: pelo porte agigantado dos bichos, o corpo demorava um longo tempo para descobrir que o cérebro havia morrido, e continuava se movimentando por horas ou dias. Acredito que o  esteja hoje neste estado: morreu, mas pelo tamanho deve ainda demorar bastante tempo para descobrir.
A maioria dos sistemas de (ou ERP) existentes no mercado possuem mais de 25 anos de estrada. São sistemas que cresceram muito, tendo sido surrados por mudanças de legislação e solicitações esquisitas de clientes malucos. Ao invés de evoluir, esses sistemas incharam, acumulando complexidades desnecessárias e recauchutando telas através de sucessivas cirurgias plásticas – mas se você olhar com cuidado verá que a mesma telinha DOS do monitor de fósforo verde ainda está lá, sob uma pele artificial de modernidade.
O mundo mudou muito nas últimas duas décadas, só que mais do que isso, mudaram as pessoas. Nesse período vieram ao mercado de trabalho duas novas gerações, as chamadas geração X e a geração Y, sendo que esta última já nasceu na era digital e possui outra visão de como as coisas são, ou deveriam ser. Os “nativos digitais” são imediatistas, individualistas e querem tudo aqui e agora.
Então imagine o impacto de se colocar uma pessoa como essa, nascida e criada na web, para usar um sistema concebido há mais de 20 anos que é engessado, burocrático, complicado e principalmente… feio de dar dó! Ouvimos frequentemente frases como “Eu não precisei fazer curso pra usar o , por que preciso de uma semana de treinamento para usar esse sisteminha ?”, e mais ainda “Por que isso é tão caro?”.
Pode ser duro encarar a verdade, mas chega uma hora que nós, desenvolvedores de software, devemos parar de nos esconder atrás de frases defensivas do tipo “que pergunta mais idiota desse usuário” e começar a estudar o que realmente conquistaria esse novo público. Chega uma hora que temos que olhar de forma diferente para o mercado e perceber que todos que não se adaptaram a essa nova ideia tem sido abandonados sem dó nem piedade pelos seus jovens clientes, pois outra característica dessas novas gerações é a baixíssima fidelidade a marcas ou ao que quer que seja.
O poder mudou de mãos
Há 20 anos, o poder estava concentrado no dono da empresa. Ele comprava um software ou contratava um desenvolvimento e depois enfiava isso garganta abaixo da empresa, pois as organizações eram quase sempre baseadas no velho conceito de “comando e controle”, então “quem tem juízo obedece”. Isso ainda acontece por aí, só que cada vez mais as pessoas são cobradas por resultados e não pelo cumprimento de tarefas, o que muda radicalmente o eixo do poder para as mãos do usuário: se essa pessoa estiver trazendo bons resultados para a empresa, ganha automaticamente o poder de simplesmente boicotar um software ou um projeto, a ponto de fazer a iniciativa capotar caso entenda que a velha planilha ainda é melhor. Portanto, o usuário virou o centro de tudo que deve ser pensado em sistemas, e a facilidade de uso o caminho para cativá-lo.
 versus simplório
Já ficou claro que a tolerância dos usuários ao “facelift” de sistemas antigos está chegando ao fim. O ERP como conhecemos está morto, assim como seus primos mais glamorosos, o BI (Business Intelligence) e o BPM (Business Process Management). Ninguém quer mais um velho cirurgicamente tratado se passando por teenager, e a solução mais comum de quem tentou achar a fórmula do rejuvenescimento foi o “apelo ao simples”, ou seja, “agora nós temos aqui um sistema mais simples”. Só que aí cometeram outro grande engano. Confundiu-se simples com simplório.
Simples é sofisticado, simples é encapsular a complexidade e resolver tudo em um click mágico. Simples é, na verdade, a coisa mais difícil que existe de ser feita. Por outro lado, simplório é ignorar a complexidade, é ser despojado, incompleto, é pegar um atalho falso rumo à difícil satisfação desse novo usuário. Em outras palavras, um jovem sem conteúdo pode até agradar no início, mas logo é descartado por ser inútil.
Começando novamente…
Faz tempo que eu queria escrever sobre isso, pois muita gente que conhece minha história pergunta: por que você largou um ERP que criou há mais de 20 anos para começar do zero?
Entre outras coisas, porque observando os meus clientes, comecei a perceber essas mudanças. Vi que precisávamos ter visual jovem, mas conteúdo maduro. Uma forma de se comunicar com o usuário que fosse simples, intuitiva e agradável, mas tendo por trás uma estrutura sólida e consistente.
Cansei de ouvir pessoas dizendo “ERP é commodity” e pior ainda, “ERP é tudo igual: um monte de telas, com um monte de campos, que dá um monte de problemas”.
Além disso, percebi que o retorno do investimento em ERP estava ficando muito duvidoso. Quase ninguém mais conseguia, na prática, gerenciar uma empresa com um sistema desses, mesmo para os “felizardos” que ganharam camadas de BI e BPM – mas que ainda não eram capazes sequer de gerar um simples DRE (demonstrativo de resultados) que preste, sem precisar perder meses com um zilhão de configurações e customizações para isso.
Enxergando o negócio através de processos
Está muito enganado quem pensa que enxergar o negócio é ver uma tela com uma infinidade de gráficos e reloginhos com dados sobre , finanças, estoques, etc.
Meus nobres colegas consultores e vendedores de sistemas de BI e cockpits de  que me desculpem, mas isso tudo serve para muito pouca coisa no final do dia. Na verdade, mal e porcamente acompanha-se o desempenho do negócio, mas não se gerencia o negócio por ali. Entender tendências dos números e gerenciar são coisas muito muito diferentes. BI serve para você dizer: “é… tal coisa vai mal…”, mas não serve para saber quais ações precisariam ser tomadas agora. E sem esse papo furado de que “BI é estratégico, não operacional”. A velocidade para transitar da  para a tática e a execução são a chave do sucesso dos negócios atualmente, e não podem mais ser vistos separadamente.
O segredo está aqui: para gerenciar de verdade é necessário enxergar mais do que um punhado de, é necessário enxergar os processos em tempo real e principalmente, de forma resumida. Gerenciar é ter a capacidade de chegar de manhã na empresa e saber “em quais atividades devo me concentrar para as coisas andarem”, simples assim. Tenho certeza que você já sentiu falta disso.
E para isso você não precisaria nem de BI (Business Intelligence) muito menos das super complexas ferramentas de BPM (Business Process Management), caso tivessem um ERP simples e objetivo que englobe apenas o essencial de ambos, pois ter todas as informações é o mesmo que não ter nada. Basta tentar imaginar a Internet sem o Google para entender isso. Ninguém precisa de todas as informações. Precisamos das informações certas e em um formato que seja útil.
Portanto, aqui vai a última paulada de hoje: BI e BPM servem para pouca coisa além de preencher buracos deixados pela incompetência dos ERPs. Ah, ok, servem para ganhar um bom dinheiro, é verdade.
Concluindo
O novo usuário dos sistemas de gestão está acostumado com o mundo web, onde as coisas são usualmente gratuitas ou de baixo custo. Daí vem o seu sentimento de valor. Com o sistema de gestão, não seria diferente – ele quer pagar muito menos do que se entendia como razoável há 5 ou 10 anos – tanto pelo sistema quanto pelos serviços que sejam necessários.
O choque para os desenvolvedores de sistemas está sendo muito grande. Éramos uma turma acostumada a faturar alto com cada cliente e entregar algo personalizado e burro, e depois ainda vendíamos mais produtos para tapar buracos deixados pelo produto anterior. Mas felizmente, esse usuário está acordando e começando a achar caro pagar alto por um negócio assim.
Para a conta fechar pelo lado do desenvolvedor do sistema, é necessário repensar, padronizar e evoluir, mas nivelando por cima e não por baixo. Adeus aos sistemas grandes e caros. Temos que fazer menos e melhor, não fazer mais, pois o dinossauro está morto – só não caiu ainda.
Fonte: http://marcelo.omie.com.br/2014/12/o-erp-está-morto.html

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

PAF-ECF – TABELA DE IMPLANTAÇÃO NOS ESTADOS

PAF-ECF – TABELA DE IMPLANTAÇÃO NOS ESTADOS

Entenda o que é o SPED FISCAL

Entenda o que é o SPED FISCAL

O sistema tornou mais simples a interação de contadores com o Fisco, tornando o trabalho mais simples e menos burocrático.


Com a finalidade de eliminar entraves burocráticos para a expansão econômica nacional, foi anunciado em 2007 pelo Governo Federal o SPED (Sistema Público de Escrituração Digital).
Esse sistema visa unificar as escriturações de documentos fiscais e de outras informações de interesse dos fiscos das unidades federadas e da Secretaria da Receita Federal do Brasil, bem como de registros de apuração de impostos referentes às operações e prestações praticadas pelo contribuinte.
Essa transmissão se dá por meio do EFD (Escrituração Fiscal Digital), pode se dizer que é uma transcrição do Sintegra (Sistema Integrado de Informações sobre Operações Interestaduais com Mercadorias e Serviços) adicionado de controle patrimonial geradora de credito de ICMS e movimentação de estoque.
É importante informar que esse processo iniciou-se a partir da nota fiscal eletrônica, e somente depois se tornou obrigatória a utilização do SPED Fiscal, conforme padrões estabelecidos por cada estado para filtrar as empresas obrigadas.
Antes da escrituração digital, para manter sua regularidade fiscal a empresa deveria manter guardado, bem como autenticar livros fiscais para apresentação ao Fisco, dos quais podemos elencar:
  • Registro de entradas
  • Registro de saídas
  • Apuração de ICMS
  • Apuração de IPI
  • Registro de Inventário
  • Livro Controle de créditos de ICMS do ativo permanente - CIAP
  • Registro de controle de combustíveis
Apesar da não obrigatoriedade na transmissão desses livros, era necessário seguir o Convênio SINIEF 6/89, que dispunha que eles fossem guardados e controlados pela empresa e autenticar em órgão competente delegado pelo SEFAZ.
Com a implementação do SPED, é possível citar duas alterações principais. Primeiro as empresas que migraram do Sintegra para o SPED e consequentemente deixaram de utilizar dois programas públicos: o Validador Sintegra, para validação do arquivo TXT e o TED para transmissão do arquivo Sintegra, que foi convertido para um único programa - o Validador EFD - que faz a validação dos arquivos, transição e se for o caso a edição do mesmo.
Quanto à transmissão do Sintegra, este era feito mediante senha do contribuinte e a partir do SPED o arquivo passou a ser transmitido via assinatura do certificado digital.
Diante das mudanças, a principal preocupação dos contadores foi o grau de amarração das informações e a nova parametrização do sistema, visto que o SPED é dividido por blocos com funções especificas.
Esses novos procedimentos aumentaram o grau de exigência para validação dos arquivos. Por exemplo, o SPED exige uma parametrização bem amarrada das informações, logo os escritórios de contabilidade tiveram muitas dificuldades com essas alterações, tendo em vista que, em regra geral, o software do escritório não interage com o Sistema ERP dos seus clientes.
Outrossim, ainda há críticas sobre o sistema, como no processo de validação do SPED, que não é consistido no cadastro de produtos se possui NCM valida, ou seja, isso pode gerar diversas entraves para os profissionais fiscais.
Mesmo assim, numa visão geral, o sistema tornou mais simples a interação de contadores com o Fisco, tornando o trabalho mais simples e menos burocrático.

Autor: José Carlos Braga Monteiro é fundador e atual presidente da Studio Fiscal, única rede de franquias especializada em consultoria empresarial com auditoria fiscal e planejamento tributário com mais de cem escritórios no Brasil. Visite nosso site: www.franquiastudiofiscal.com.br